Nashville: um roteiro do que fazer e conhecer na Cidade da Música (2024)

Mas há outro lado dessa cidade: preciosas joias culturais imersas na história e florescendo dentro de uma cena artística, culinária e de design em crescimento. Esta é a Nashville que eu queria ver em uma recente viagem de fim de semana à cidade, onde meu plano era visitar a atual exposição de Alexander McQueen e experimentar a melhor comida, arte e design que eu pudesse absorver em 48 horas – tudo isso tentando evitar as multidões.

No final do século 19, o Arts District no centro de Nashville era conhecido como o Gentlemen’s Quarter: um local de atividades tumultuadas com saloons, jogos de azar e prostituição. Hoje, no entanto, é o lar de hotéis boutique, restaurantes sofisticados e clubes privados. No coração dessa área, ao virar a esquina de Printer’s Alley, o centro da indústria gráfica da cidade em torno de 1915, está o Bobby Hotel na 4ª Avenida.

Projetado pelo David Mexico Group, o Bobby abriu em 2018 e apresenta elementos da cultura sulista e do design contemporâneo. O enorme lustre feito com tampas de roda na recepção é confeccionado a partir de peças de carros vintage, e o lounge no terraço tem um Scenicruiser de 1956 estacionado ao lado da piscina que recebe convidados, eventos e VIPs durante as Backyard Music Sessions; enquanto um Airstream Caravel de 1966 serve como um bar adicional. Os interiores do hotel também são pontuados por exposições de arte contemporânea curadas por Joshua Edward Bennett na Tinney Contemporary. (A exposição atual – intitulada Clear Mirror em referência à canção “I’ll Be Your Mirror” do Velvet Underground – inclui obras que apresentam retratos alternativos, focando na natureza mutável dos sujeitos na era digital.)

Mais ao sul na 4ª Avenida, você encontrará o hotel de luxo The Joseph, que abriu em agosto de 2020. O hotel é uma obra de arte viva com sutis referências ao design sulista combinadas com a artesania italiana. Uma recepção de couro trabalhado à mão feita pela empresa italiana Lucchese, bordados inspirados no famoso alfaiate de rodeio Nudie Cohn (que criou roupas sob medida para Gram Parsons, Dolly Parton e os grandes nomes da música country), paredes cobertas com couro de avestruz, pisos em mármore italiano e experiências sob medida com suítes equipadas com toca-discos e uma seleção de músicas escolhidas para combinar com os gostos dos hóspedes. O fundador Joel Pizzuti acredita em viver com arte excepcional em todos os espaços do hotel, desde o restaurante Yolan até o bar Four Walls.

Votado como um dos 10 melhores restaurantes dos EUA pela Food & Wine, o Yolan é nomeado em homenagem à avó de Pizzuti e é liderado pelo chef vencedor do prêmio James Beard, Tony Mantuano. A comida é uma celebração das delícias culinárias da Itália e destaca ingredientes sazonais e locais; os destaques incluem nhoque com trufas negras, halibute com mexilhões e amêijoas e uma seleção de vinhos cuidadosamente escolhida. As técnicas modernas e as apresentações artísticas da chef de confeitaria Noelle Marchetti são um deleite para todos os sentidos: eu sonharei com seu bolo de esponja de coco embebido com macadâmia cristalizada, espuma de verbena de limão e cítricos por anos a fio. Se você é fã do programa The Bear, ou simplesmente deseja uma experiência gastronômica elevada, você pode reservar La Tavola em La Cucina, um assento para até quatro pessoas para jantar dentro da cozinha e testemunhar a expertise artística da equipe enquanto sua refeição é preparada.

Em outra noite, eu fui ao Southern Turf Club. Construído em 1895 para o agenciador Marcus Cartwright, o prédio já foi uma casa de bordel, um saloon e uma sala de jogos. A arquitetura original foi restaurada e o clube exclusivo de membros, de propriedade de Bill Miller, honra sua estética original dos anos 1800 com antiguidades de qualidade de museu. Quando as portas do elevador se abriram, eu gaspei audivelmente. Eu fui imediatamente transportada para outra era ao ver um banco de madeira esculpido ornado com estofado de veludo vermelho feito para o poeta inglês John Milton, pinturas a óleo luxuosas em molduras douradas, quatro lareiras centenárias e uma parede esculpida à mão dos anos 1700 adquirida de um pub escocês. Livros originais encadernados em couro dos anos 1800 adornam as paredes, enquanto frascos de picles de vidro vermelho e verde antigos com velas iluminam os cômodos. Cada detalhe é cuidadosamente curado com belos lustres de bronze, papel de parede escuro e floral elaborado, e enormes frascos antigos de vidro azul para haxixe, cocaína e cannabis. Os interiores complementam perfeitamente a seleção de bebidas raras, incluindo a garrafa de Rip Van Winkle mais antiga conhecida, de 1916 – um dos itens mais preciosos do clube.

Se você quiser sentir mais sobre a história de deboche da área, pode ir ao Skull's Rainbow Room, um lounge no estilo speakeasy de 1948 conhecido por coquetéis artesanais e uma culinária refinada. Localizado no porão do edifício Southern Turf, o Skull’s é o lar de um show de burlesco animado, acompanhado por uma banda de jazz ao vivo. O espaço é rumoreado como assombrado pelo fantasma do proprietário original, David “Skull” Schulman, que foi assassinado na entrada. (Os convidados já relataram ter visto aparições de Skull vagando pela rua com seu amado poodle Sweetie, que testemunhou sua morte.) Elvis, Johnny Cash, Patsy Cline, Bob Dylan e Etta James já se apresentaram aqui e frequentaram o speakeasy, então você pode sentir a história no momento em que entra.

Mudando de ritmo, no dia seguinte eu fiquei emocionada ao visitar o Frist Art Museum para a exposição atual, Rendez-Vous: Lee Alexander McQueen & Ann Ray. A instalação é uma carta de amor para um dos designers mais visionários de nosso tempo. Uma vez rotulado como o “enfant terrible” da moda, ele foi frequentemente mal compreendido ao longo de sua vida – no entanto, sua amiga próxima, a fotógrafa francesa Ann Ray, documentou cada momento de sua vida ao longo de 13 anos e 43 coleções, capturando tanto seu processo criativo quanto momentos íntimos. Sessenta peças de suas coleções se misturam com 65 fotografias selecionadas por Ray de seus arquivos. Cada peça de vestuário exibe o modo magistral de criar de McQueen, muitas com tons sombrios inspirados por sua história pessoal e herança escocesa, explorando temas de morte, poder e exploração. A exposição vai até 25 de agosto, culminando com uma palestra da modelo e residente de Nashville Karen Elson no dia 24, recontando momentos de sua amizade e relação profissional com o designer. Este show é imperdível para qualquer fã de moda.

Antes de deixar Nashville, eu precisava visitar algumas das lojas vintage e de segunda mão conhecidas da cidade para fazer umas compras. Peguei um lindo macacão de renda verde na Buffalo Exchange na Elliston Place e depois fui à Anaconda Vintage em East Nashville para comprar um vestido de chiffon amarelo dos anos 1970 que faria Loretta Lynn invejosa. Saí da cidade exausta, mas criativamente inspirada pela forma como ela mistura perfeitamente a cultura tradicional sulista com a arte contemporânea, design e excelência culinária – honrando as raízes da Music City enquanto constrói um presente emocionante.

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